Taxonomia de Bloom e Ciências da Natureza
- cecgodoyviagem
- 31 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 20 de fev.

Taxonomia de Bloom e Ciências da Natureza
Ensinar Ciências da Natureza de maneira envolvente e significativa é um desafio para muitos professores. No livro "How to Use Bloom's Taxonomy in the Classroom: The Complete Guide", o autor Mike Gershon oferece um guia prático para relacionar Taxonomia de Bloom e Ciências da Natureza, usando-a como uma ferramenta poderosa para planejar aulas e atividades que promovem o pensamento crítico e criativo. Inspirados por essa obra, exploramos como comandos cognitivos como identificar, listar, descrever, comparar, justificar e outros podem ser usados para transformar suas aulas, conectando teoria e prática de forma acessível e eficaz.
O que são comandos cognitivos e como usá-los
Na Taxonomia de Bloom, cada comando representa uma ação cognitiva que você pode incentivar seus alunos a praticar. Veja como eles funcionam e como podem ser aplicados às Ciências da Natureza:
Identificar: Reconhecer e apontar algo específico.
Como usar: Peça que os alunos encontrem ou reconheçam elementos, como nomes, partes ou características.
Exemplo: "Identifique os principais órgãos do sistema respiratório humano."
Listar: Enumerar itens de forma organizada.
Como usar: Oriente os alunos a apresentar informações na forma de listas, sem necessidade de análise.
Exemplo: "Liste as camadas da atmosfera terrestre."
Descrever: Apresentar informações com detalhes, explicando características.
Como usar: Incentive os alunos a detalharem observações, explicando o que percebem.
Exemplo: "Descreva as etapas do ciclo da água com base no diagrama apresentado."
Comparar: Apontar semelhanças entre dois ou mais itens.
Como usar: Proponha que os alunos identifiquem pontos comuns entre conceitos ou fenômenos.
Exemplo: "Compare as características dos animais mamíferos e répteis."
Diferenciar: Destacar diferenças entre dois ou mais itens.
Como usar: Oriente os alunos a mostrar contrastes com base em critérios claros.
Exemplo: "Diferencie os tipos de células procarióticas e eucarióticas."
Classificar: Agrupar itens com base em características comuns, colocando-os em determinadas classes ou grupos.
Como usar: Ensine os alunos a organizar informações em categorias significativas.
Exemplo: "Classifique os animais vertebrados em seus respectivos grupos: mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes."
Explicar: Tornar algo claro, detalhando causas, efeitos ou processos.
Como usar: Ajude os alunos a mostrar seu entendimento ao descrever como ou por que algo acontece.
Exemplo: "Explique como a fotossíntese contribui para o ciclo do carbono na natureza."
Relacionar: Conectar ideias ou conceitos, mostrando interdependência.
Como usar: Oriente os alunos a estabelecerem conexões lógicas entre fenômenos.
Exemplo: "Relacione o desmatamento à diminuição da biodiversidade."
Justificar: Apresentar razões para uma afirmação, com base em evidências.
Como usar: Ensine os alunos a oferecerem argumentos sólidos e embasados para sustentar suas ideias.
Exemplo: "Justifique a importância do uso consciente da água para a sustentabilidade."
Exemplos práticos de uso nas aulas de Ciências da Natureza
Agora que entendemos cada comando, veja como usá-los na prática:
Identificar: Durante uma aula sobre ecossistemas, peça que os alunos identifiquem os componentes bióticos e abióticos em uma imagem de uma floresta.
Listar: Após uma aula sobre a atmosfera, os alunos podem listar os gases presentes em cada camada atmosférica.
Descrever: No estudo do corpo humano, solicite que os alunos descrevam o funcionamento básico do sistema circulatório.
Comparar: Ao abordar mudanças climáticas, peça que os alunos comparem os efeitos do aquecimento global em áreas urbanas e rurais.
Diferenciar: Durante uma aula sobre genética, desafie os alunos a diferenciarem mitose e meiose com base nas etapas de cada processo.
Classificar: No tema biodiversidade, oriente os alunos a classificarem diferentes espécies de acordo com seus habitats.
Explicar: No estudo de fontes de energia, peça que os alunos expliquem como a energia solar é convertida em eletricidade.
Relacionar: Proponha que os alunos relacionem o uso de pesticidas ao impacto no equilíbrio ecológico dos ecossistemas.
Justificar: Ao discutir consumo sustentável, peça aos alunos que justifiquem por que preferir produtos orgânicos pode ser melhor para o meio ambiente.
Como incluir isso no planejamento da aula
Defina as expectativas de aprendizagem: Planeje o que espera que os alunos aprendam em cada aula, usando os comandos como guia.
Exemplo: "Ao final da aula, os alunos serão capazes de diferenciar células vegetais e animais, de acordo com as estruturas que possuem."
Crie atividades diversificadas: Planeje exercícios que contemplem diferentes comandos e níveis de cognição.
Exemplo: Use gráficos, experimentos e debates para engajar os alunos de formas variadas.
Avalie os resultados: Use questões e tarefas que incentivem os alunos a demonstrarem o que aprenderam, aplicando os comandos praticados.
Exemplo: "Justifique a relação entre o desmatamento e o aquecimento global, usando dados apresentados em aula."
Conclusão
Os comandos cognitivos da Taxonomia de Bloom não são apenas palavras; são ferramentas para transformar o aprendizado. Aplicá-los nas aulas de Ciências da Natureza ajuda os alunos a pensar de forma mais estruturada, desenvolver habilidades analíticas e criativas, e se prepararem para enfrentar os desafios do mundo real.
Ao relacionar Taxonomia de Bloom e Ciências da Natureza você conseguirá planejar e elaborar suas aulas com maior precisão, atingindo as expectativas de aprendizagem mais facilmente.
Que tal começar com um desses comandos em sua próxima aula? Experimente e veja como seus alunos respondem!
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Texto inspirado no livro "How to use Bloom's Taxonomy in the Classroom: The Complete Guide." Autor: Mike Gershon..