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Ecoturismo, crianças e natureza

  • cecgodoyviagem
  • 21 de nov.
  • 2 min de leitura

Família caminhando na Natureza. Imagem feita com IA.
Família caminhando na Natureza. Imagem feita com IA.

"Quando o mundo se abre diante dos olhos de uma criança, algo dentro dela também se abre."

Há passeios que divertem. E há passeios que despertam, que encantam, que transformam vidas.

Quando uma criança entra numa trilha, pisa num chão de folhas, sente o cheiro úmido da mata ou escuta o som distante de um córrego, não é apenas o corpo que caminha — é a mente que se expande, é o coração que se alinha a algo maior.

O ecoturismo tem esse poder silencioso: ele devolve às crianças o mundo que sempre foi delas.

Nesse encontro, a natureza não aparece como “conteúdo”, mas como experiência viva. A curiosidade surge naturalmente — e, quando surge, vem acompanhada de perguntas, observações, comparações, hipóteses, do mesmo modo como trabalhamos nas metodologias investigativas da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Basta um tronco caído, uma pedra virada ou uma poça de água para surgirem as perguntas e investigações.

É assim que a aprendizagem acontece: no corpo, nos sentidos, na imaginação e no encantamento.

E é nesse encantamento que mora o que Rachel Carson defendia: antes de ensinar qualquer conceito, é preciso que a criança se apaixone pela natureza. O ecoturismo cria exatamente esse espaço — não didático, mas poético; não teórico, mas vivido.

A trilha convida, o rio chama, o vento sussurra, os pássaros narram. E, de repente, sem que ninguém precise explicar, a criança entende. Entende de onde vem a água. Entende que o solo é rico em vida. Entende que cada criatura — da maior à menor — faz parte de uma grande teia de relações de interdependência. Essa compreensão desperta um impulso natural de cuidado.

David Attenborough costumar dizer que “ninguém protege o que não conhece”. Mas aqui a frase ganha outra camada: ninguém protege o que não sente.

E é isso que o ecoturismo possibilita: despertar sentimentos de pertencimento, de alegria, de descoberta. Sentimento de fazer parte da paisagem e não apenas de observá-la.

Para John Dewey, o conhecimento nasce da experiência. Para Montessori, nasce da ação. Para Paulo Freire, nasce da leitura crítica do mundo. Para Joseph Cornell, nasce da atenção plena no mundo natural. Para Joaquín Leguía, nasce da infância em movimento. Para John Muir, nasce do simples contato com a Natureza. Mas o que realmente importa é que todas essas ideias convergem em um ponto: uma criança ao ar livre aprende de um jeito que transforma o resto da vida.

E, por isso, o ecoturismo é muito mais do que férias. É formação. É futuro. É semente de transformação.

Cada trilha, cada mangue, cada cachoeira, cada parque, cada montanha cria um pequeno marco interno: memórias que moldam autonomia, empatia, coragem, curiosidade, consciência ecológica e um olhar mais atento para o mundo.

Se queremos uma geração que respeite o planeta — uma geração que cuide, preserve e regenere — precisamos oferecer a ela oportunidades reais de viver o planeta, não apenas estudá-lo.

A verdade é simples e poderosa: uma infância vivida na natureza é o melhor caminho para um futuro que protege a Terra.

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Texto inspirado em muitos anos promovendo o contato das crianças com a Natureza, seja como guia de ecoturismo, seja como educador em Ciências da Natureza. https://www.carloseduardogodoy.net/sobre-o-autor

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Carlos Eduardo Godoy (Prof. Amparo)

Biólogo, Professor,

Escritor e Ilustrador

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