O que são metodologias ativas na sala de aula
- cecgodoyviagem
- 20 de nov. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 2 de jan.

Talvez essa seja uma das expressões mais usadas em textos sobre educação nos últimos tempos. Muitos falam disso! Mas o que são as tais metodologias ativas?
Vamos tentar buscar em nossas próprias memórias a resposta a essa pergunta.
Tente se lembrar de sua vida de estudante! Vá longe, até a escola primária, e volte aos poucos até o presente. Busque memórias das aulas dos primeiros anos de escola e chegue até a graduação e pós-graduação. Tente se lembrar das aulas que mais o(a) motivaram, em que o tempo passou rápido e você não queria que tivessem acabado. Busque também identificar aquelas que deram sono, em que o tempo não passava.
O que as diferencia? O que as caracteriza?
É muito provável que as aulas chatas fossem aquelas em que o professor falava sem parar e você apenas ouvia, imóvel em sua carteira, com a obrigação de anotar tudo. Talvez o assunto fosse chato. Talvez o assunto fosse atraente, mas não desse jeito.
Por outro lado, as aulas interessantes provavelmente foram aquelas em que o professor de alguma maneira o(a) convidava a “pensar e agir”. Ao invés de apenas “ouvir aulas longas e intermináveis”, copiando a matéria da lousa, agora você era atuante e precisava realizar tarefas em que percebia significado e razão de ser. Mesmo com alunos(as) sentados(as) na tradicional disposição de uma sala de aula, algumas delas eram capazes de fazê-lo(a) refletir, entrar em conflito com as próprias ideias, buscar estratégias para enfrentar desafios, relacionar o tema de estudo com a própria vida… Ter vontade de participar com atenção!
Isso é assim até hoje! Ainda existem aulas chatas, e também existem aulas dinâmicas e motivadoras.
Novidades?
Todos temos lembranças agradáveis de professores que tornavam suas aulas inesquecíveis! Eram momentos efêmeros, ainda que durassem toda uma manhã.
Provavelmente eram educadores que já aplicavam em suas aulas estratégias em que a aprendizagem era resultado do fazer do aluno. Talvez não tivessem consciência do quanto suas escolhas metodológicas faziam diferença na motivação das crianças. Ou, ao pensar em seu fazer de professor, se colocavam no papel do aluno e buscavam avidamente planejar atividades que tornassem as aulas momentos desejados e aguardados com ansiedade.
Tenho certeza de que todos tivemos professores assim!
O que mudou? Será que ocorreram grandes mudanças?
Atualmente os professores podem utilizar maior quantidade e diversidade de recursos antes inexistentes. Com os avanços da tecnologia, o professor tem uma verdadeira caixa de ferramentas à sua disposição! Porém, precisa saber o que fazer com elas.
Também temos maior consciência e conhecimentos sobre o funcionamento do cérebro, desde os mecanismos de captação de estímulos até os processos de formação de memórias.
Novas ferramentas e conhecimentos devem servir ao professor como subsídio para suas escolhas e ações.
Princípios e estratégias comuns nas metodologias ativas
Atualmente há muitos pesquisadores que investigam a educação, como se dá a aprendizagem, a relação entre as diversas estratégias e seus resultados… e muito mais. A pesquisa acadêmica olha com cuidado para cada detalhe da sala de aula e busca compreender as minúcias da interação aluno-professor e como isso afeta a aprendizagem.
O resultado de tais pesquisas é que hoje podemos identificar diferentes estratégias/abordagens educacionais que, se adequadamente aplicadas, podem contribuir para motivar estudantes e engajálos no processo de aprendizagem. Em comum, todas elas colocam o aluno como protagonista ao longo do processo.
É lógico que ainda existem aulas expositivas e seria leviandade torná-las vilãs. Na verdade elas são essenciais em diversos momentos. Porém, ao pensar em sequências didáticas e cursos como um todo, aulas expositivas e aulas mais dinâmicas e ativas são colocadas lado a lado como componentes importantes no percurso planejado.

E o professor?
O professor não pode ignorar que seus alunos chegam à sala de aula cada vez com maior quantidade de conhecimentos conceituais adquiridos “por conta própria”, em canais de documentários, no youtube ou outras fontes. Assim, atuar como fonte de informações (conhecimento) não é um papel capaz de garantir o engajamento em suas aulas.
É preciso mudar de posição, “saindo do palco e caminhando em meio à plateia.”
O papel do professor deve ser muito mais de mediador no processo de aprendizagem, acompanhando seus alunos e orientando-os em seu percurso.
O professor deve ser um estrategista que analisa o cenário a todo instante, avaliando suas estratégias e reorientando suas ações de modo a garantir o máximo envolvimento e aproveitamento dos alunos.
Para isso ele deve ter sempre “cartas na manga”, na forma de materiais e estratégias adequados a cada novo desafio que surge.
Nesse contexto a formação continuada é essencial!

Definição
Metodologias ativas são estratégias educacionais que colocam o aluno como protagonista em seu percurso de aprendizagem. O professor deixa de ser apenas um transmissor de informações para ser um mediador no processo em que o aluno desenvolve novas habilidades, competências e os conteúdos conceituais tradicionais.
Alguns ganhos com as metodologias ativas
Não tenho dúvidas de que colocar o aluno para trabalhar, de forma planejada e orientada, contribui para o desenvolvimento de diversas habilidades e competências que, em aulas expositivas, não são exigidas ou utilizadas como poderiam
As metodologias ativas certamente contribuem para tornar o estudante melhor preparado para a vida real, pois situações corriqueiras na vida profissional são enfrentadas ao longo de sua vida escolar. Ferramentas e técnicas essenciais nas mais diversas áreas farão parte de sua bagagem pessoal.
O protagonismo o torna mais confiante em seu próprio potencial e aumenta o grau de satisfação com as aulas, professor e escola.
Finalizando
Não podemos pensar que uma boa estratégia de aula hoje será sempre eficiente. É preciso refletir continuamente em busca em busca das ações mais interessantes e motivadoras para cada grupo de alunos, em cada contexto e em cada momento.
Pense a respeito.
Abraços.
Carlos Eduardo Godoy (Prof. Amparo).
“O que eu ouço, eu esqueço; o que eu vejo, eu lembro; o que eu faço, eu compreendo”
Confúcio.
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