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O mundo precisa de crianças... e crianças precisam de natureza

  • cecgodoyviagem
  • 6 de dez. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 2 de jan.

Crianças brincando na margem de um riacho. Imagem feita por IA.
Crianças brincando na margem de um riacho. Imagem feita por IA.

Vivemos em uma era de telas. Tablets, smartphones e televisores dominam o tempo das crianças, enquanto a natureza parece cada vez mais distante. Mas será que esse afastamento do mundo natural é realmente inofensivo? Grandes educadores, de diferentes épocas e contextos, têm algo importante a nos dizer: o contato com a natureza não é apenas um luxo, mas uma necessidade para o desenvolvimento saudável das crianças.


Maria Montessori: Aprender com as mãos e os sentidos

Maria Montessori acreditava que o aprendizado começa pelos sentidos. Para ela, a natureza é um espaço essencial para desenvolver a curiosidade, a autonomia e a sensibilidade. Em um ambiente ao ar livre, uma folha não é apenas uma folha; é uma oportunidade para explorar formas, texturas e padrões. Montessori dizia que “as mãos são os instrumentos da mente”, e o contato direto com o ambiente natural é o melhor laboratório para as crianças desenvolverem suas habilidades.


Jean-Jacques Rousseau: A educação em harmonia com a natureza

Muito antes de Montessori, Jean-Jacques Rousseau já clamava pelo retorno à natureza. Ele defendia que a infância é um momento único de aprendizado e que as crianças devem ser livres para explorar o mundo natural. Em sua obra Émile, Rousseau escreve que a natureza não apenas ensina, mas molda o caráter. Segundo ele, as crianças aprendem mais ao correr por campos e observar o céu do que sentadas em uma sala fechada.


Richard Louv: O transtorno de déficit de natureza

Nos dias de hoje, o escritor e ativista Richard Louv introduziu um termo alarmante: “transtorno de déficit de natureza”. Louv alerta que a ausência de contato com o ambiente natural tem consequências graves, como aumento do estresse, obesidade infantil e problemas de atenção. Ele defende que o acesso à natureza é essencial para a saúde física e mental das crianças. Seu livro Last Child in the Woods é um chamado para resgatar as infâncias perdidas em ambientes urbanos e digitais.


Rachel Carson: O senso de maravilha

Para Rachel Carson, autora de The Sense of Wonder, o contato com a natureza é essencial para despertar a curiosidade nas crianças. Carson acreditava que o simples ato de observar uma estrela ou sentir o cheiro da terra molhada poderia plantar sementes de criatividade e admiração pelo mundo. Essa conexão emocional, segundo ela, ajuda a criar adultos mais sensíveis e conscientes.


Friedrich Froebel: Criatividade e imaginação nos jardins de infância

Friedrich Froebel, o criador do conceito de “jardim de infância”, enxergava a natureza como o maior palco para o aprendizado. Ele defendia que brincar ao ar livre é uma forma de explorar o mundo, desenvolver a imaginação e fortalecer os laços com o ambiente. Froebel acreditava que a criatividade floresce quando as crianças têm a chance de observar o movimento das folhas, tocar a água de um riacho ou construir algo com galhos.


David Sobel: Educação ligada ao lugar

David Sobel vai além ao propor a “place-based education” (educação conectada ao lugar). Para ele, a aprendizagem deve partir da conexão das crianças com os ambientes naturais de suas comunidades. Segundo Sobel, isso fortalece a identidade, o senso de pertencimento e a responsabilidade com o meio ambiente. Em vez de aulas abstratas, ele propõe experiências práticas e vivências reais.


John Dewey: Aprender fazendo

John Dewey, um dos maiores defensores da educação progressiva, acreditava que o aprendizado deveria ser experiencial. Para ele, a natureza é um grande laboratório onde as crianças podem aprender ciências, arte, matemática e muito mais de forma prática. Em Experience and Education, Dewey escreve que o contato com o mundo real é essencial para formar mentes criativas e críticas.


Célestin Freinet: A natureza como inspiração para o trabalho coletivo

Célestin Freinet via na natureza um recurso poderoso para estimular a cooperação entre as crianças. Ele acreditava que o aprendizado ao ar livre promove não apenas habilidades práticas, mas também valores como empatia e solidariedade. Para Freinet, a curiosidade das crianças floresce quando estão em contato com o mundo natural, permitindo que elas aprendam de forma mais livre e espontânea.


Edward O. Wilson: A biofilia e a conexão com a vida

O biólogo Edward O. Wilson trouxe à tona o conceito de “biofilia”, ou o amor inato dos seres humanos pela natureza. Wilson argumenta que crianças são biologicamente programadas para se conectarem com o mundo natural. Ignorar essa necessidade, segundo ele, é ir contra a nossa própria essência como espécie.


Peter Gray: A liberdade de brincar na natureza

Por fim, Peter Gray nos lembra que brincar ao ar livre é muito mais do que diversão; é uma ferramenta poderosa de aprendizado. Ele afirma que a liberdade de brincar em ambientes naturais desenvolve a autonomia, a criatividade e a capacidade de resolver problemas.


Crianças caminhando na praia e explorando a natureza. Imagem feita por IA.
Crianças caminhando na praia e explorando a natureza. Imagem feita por IA.

Conclusão

Esses educadores e pensadores, de diferentes épocas e abordagens, convergem em uma ideia poderosa: a natureza não é um complemento à educação, mas um pilar essencial. Brincar em um campo, sentir a textura da areia ou observar as formigas em ação pode parecer simples, mas são experiências que moldam mentes curiosas, corpos saudáveis e almas conectadas com o mundo ao seu redor.

Crianças precisam de natureza!

E então, que tal dar à sua criança (ou a seus alunos) um presente simples, mas transformador? Um pouco mais de céu aberto, grama nos pés e mãos na terra. Afinal, o aprendizado mais valioso acontece quando nos conectamos com aquilo que é essencial: a natureza.

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Carlos Eduardo Godoy (Prof. Amparo)

Biólogo, Professor,

Escritor e Ilustrador

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